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30
Set21

30/09/2021

por Quiquera

Faz hoje duas semanas que estou fechada em casa.

Por essa altura, descobrimos que a minha mãe estava infectada com covid. Uma descoberta casual, por necessidade de teste para uma intervenção cirúrgica programada, que já não aconteceu.

Como coabitamos (e sou quem a apoia no pouco que vai necessitando) fiquei em quarentena profilática. Nome bonito que se traduz por "toma lá mais 14 dias fechada em casa".

14 dias, pensava eu! Minha mãe totalmente assintomática, nem uma febrezinha de amostra (FELIZMENTE) e eu totalmente vacinada.

Primeiro telefonema da saúde pública percebo o quanto estava enganada.

"A sua mãe pode ficar fechada no quarto estas duas semanas?" pergunta a voz simpática.

"Não vou pôr a minha mãe de castigo! Ela não me fez isso em pequena. Além de que ela precisa de ajuda para pequenas actividades diárias" respondi. Foi a primeira coisa que me ocorreu. Então a minha mãe que optava sempre pelo diálogo e agora, num momento assustador destes, ia deixá-la dias inteiros fechada sozinha no quarto?! Deixá-la com a cabeça a matutar como é que apanhou isto, e se prejudicou alguém, e se... e se... 

"Acabava a temporada de quarentena com a mãe curada do covid e mal das capacidades emocionais e cognitivas. Não, não fica fechada num quarto" acrescentei.

"Hum... Dona Quiquera, então vai ter que ficar em confinamento mais duas semanas."

Compreensão nublada respondi que já me tinha dito.

"Não, Dona Quiquera. Quando a sua mãe terminar a quarentena, que se continuar sem sintomas será de 10 dias, a senhora fará teste, mais 14 dias de quarentena, e novo teste. Só depois poderá sair".

Mas... Mas... Cérebro congelado. Mas... Mas... Mesmo estando vacinada? Sei de países onde não é assim. "Pois, mas aqui ainda estamos em fase de revisão de regras. Devem estar para breve" disse a voz, simpática. Bem, pensei, há paredes a que não vale a pena bater com a cabeça, e passei à parte prática da questão. 

Passei a informação a familiares; houve logo quem tenha lançado a graça: "da próxima vez pões a mãe de castigo, ou finges, já que ninguém vai aí verificar".

"Achas?!" Respondi. Não! Vou fazer isto como deve ser.

Fiz o primeiro teste da temporada (neste momento já vou em dois) e com o resultado negativo (do segundo também) dediquei-me à questão laboral.

Trabalhadora independente (mais ou menos) e a recibos verdes, informei os clientes e o local de trabalho da situação, que teria que estar ausente (e porquê) e que nas semanas seguintes o trabalho seria feito online. Afinal já o tínhamos feito anteriormente.

Não me lembrei foi de um "pequeno" pormenor. A palavra COVID... Assustadora criatura microscópica... O resultado foi a fuga de um terço dos meus rendimentos, com a desistência de clientes (curiosamente, alguns já antigos) e outro terço perdido nas suspensões temporais à espera para ver no que isto dá. 

Hoje recebi uma mensagem de um familiar a dizer que as autoridades competentes vão rever as questões das quarentenas dos vacinados. Dei comigo a pensar que, com a sorte que normalmente tenho, devem decretar a redução de dias de quarentena na véspera de poder sair de casa.

 

Aqui há uns anos um amigo disse que eu era demasiado afeiçoada à ética pessoal e que isso me prejudicava... Na altura desconfiei que só dizia isto porque me recusei a ter uma relação com ele, homem casado. Agora, começo a desconfiar que tinha razão. 

Até porque isto vai ficar apertado.

A não ser que alguém comece a aceitar pagamentos em ética...

Quíquera

publicado às 18:04


2 comentários

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Isa Nascimento 02.10.2021

Como te percebo, querida Amiga.
Em termos de consequências da Covid, a que mais me assusta é a perda de rendimentos.
Espero que tudo se resolva da melhor forma possível.
Recebe um abraço forte! 
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Quiquera 02.10.2021

Olá Isa!
Obrigado. Há-de se resolver! É questão de mudar a gestão de alguns hábitos 
Bom fim de semana

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