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Ultimamente, na minha casa, reina o silêncio.
Não está mais vazia. Não andamos zangados.
Apenas estamos, todos, vazios de palavras.
O silêncio é tão completo que nem a musica, habitual e fiel companhia se faz ouvir.
Já o disse, não é um silêncio zangado. Mas também não é tranquilo. É vazio.
Como se os recentes e longos tempos de confinamento nos tivessem despido de ideias, palavras, ou vontade de falar.
De vez em quando alguém quebra o silêncio e lança um tema, que é adoptado por uns momentos, para voltarmos ao silêncio com a convicção reforçada do vazio das palavras.
E, sem luta, deixamos o vazio ocupar o lugar onde antes se partilhavam histórias, sonhos, ideias, esperanças ou quem somos.
Quase acredito que um dia nos fundiremos com as paredes que nos rodeiam, acimentados no silêncio da estrutura.